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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

alguns dias já se passaram e sigo sem noticias suas.
talvez nunca as tenha.

você se foi e não há nada que eu possa fazer.

eu me entreguei, me abri e ainda não compreendo o que aconteceu;
porque sei que você fez o mesmo.

mas entendo...

você não se importa (e não tem porque se importar);
você não me deve nada.

escrevo na tentativa de tirar-te de mim;
buscando as palavras ideais para representar o que sinto neste momento.

teu egoísmo me feriu;
mas isso não lhe importa.

teu distanciamento não me faz sentido;
mas vejo que para ti, talvez não houvesse um motivo para ficar.

por fim, apenas sei que o sofrimento é causado por nós mesmos e que este perdura enquanto permitimos. 

me entrego à dor;
me entrego à paixão;
me entrego.

me permito sentir e outra vez escrevo, tentando sobreviver. 
respiro entre versos e me encontro na falta de rimas. 

me abro, uma vez mais;
me desnudo aqui, diante de todos;
e apresento-lhes minhas falhas, medos e inseguranças. 

imperfeição.