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segunda-feira, 3 de maio de 2021

Nunca fui de despedidas. Em todas as minhas tentativas de suicídio,  nunca me despedi.
Hoje estou nostálgica... o que aconteceu ontem a noite foi, mais uma vez, transformador. 
Eu sinto um nó em minha garganta que é indescritível. Um aperto no peito, meus braços e pernas coçando para sentir um corte mais. 
Eu falhei novamente. Como amiga, como irmã, como filha. E falhei como mãe pelo filho que não tive. Falhei como esposa pelo marido que não aceitei.

Quando acordei no hospital com um tubo no meu nariz sem respirar direito, com os braços doloridos depois de inúmeros cortes, eu senti raiva. Novamente, raiva. Mas não por estar viva, eu pedi ajuda justamente por não querer morrer. 
Eu senti raiva por estar, um ano depois, no mesmo lugar. Em outro país, mas novamente, sozinha, desamparada, desprezada.